É evidente a existência de graves situações presentes no dia a dia dos trabalhadores e trabalhadoras: altas taxas de desemprego, elevada informalidade, perdas de garantias previdenciária e trabalhista e elevados índices de acidentes e mortes no trabalho. Isso demanda uma resposta da Estratégia Saúde da Família (ESF) à população do seu território. A ESF, com capilaridade em todo o país e seu conhecimento dos territórios e famílias, tem papel relevante na realização de ações de Saúde do Trabalhador (ST). O agente comunitário de saúde (ACS), dado seu vínculo com famílias e territórios, necessita compreender a relevância de sua atuação em ST. Esta obra buscou compreender a atuação de ACS de uma cidade do Ceará quanto às ações em ST. Utilizou-se abordagem qualitativa, adotando-se a entrevista semiestruturada e a análise do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), de Lefèvre e Lefèvre. Foram entrevistados individualmente 29 ACS, em junho e julho de 2018. Os resultados, além de caracterizarem o perfil epidemiológico dos profissionais, mostraram ausência de ações efetivas em ST nas práticas do ACS, que se limitavam ao direcionamento dos trabalhadores à unidade básica de saúde, dado uma ausência de suporte técnico e um sentimento de despreparo em orientações sobre ST. Evidenciou-se a necessidade de promover estratégias de educação em ST, prioritariamente para os ACS, mas também para as equipes, o que otimizaria as ações de cuidados aos trabalhadores e trabalhadoras dos territórios.

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