O caju (Anacardium occidentale L.), fundamental para a economia do Nordeste do Brasil, tem sua castanha dividida em três partes: casca, amêndoa e tegumento. Este estudo explora o potencial antioxidante do tegumento da castanha de caju na estabilidade oxidativa de óleos vegetais, como canola e girassol. O objetivo foi isolar metabólitos secundários do tegumento, desenvolver uma metodologia de refino e avaliar o impacto do extrato do tegumento na oxidação dos óleos. A abordagem fitoquímica revelou que o tegumento é rico em alcaloides, sais de amônio e compostos fenólicos, como os taninos. Os óleos foram refinados e analisados em diferentes estágios, mostrando que os óleos neutralizados de canola e girassol apresentaram menor acidez e índices de iodo e peróxido mais baixos em comparação aos óleos industrializados. A estabilidade oxidativa foi avaliada pelo teste acelerado de envelhecimento em estufa e pelo PetroOxy, com os antioxidantes naturais do tegumento aumentando significativamente o período de indução, retardando a oxidação dos óleos. O óleo de canola destacou-se como o mais estável, e os extratos metanólicos do tegumento apresentaram melhores resultados de estabilidade que o antioxidante sintético BHA. O estudo demonstra que o tegumento da castanha de caju é um potente bioativo natural, com grande potencial de aplicação na indústria de óleos vegetais para aumentar o tempo de estocagem e reduzir a degradação oxidativa.

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