Tendo por objeto de estudo o Currículo dos colégios cívico-militares e como ele é modificado com a presença dos militares na escola da rede pública de ensino, esta obra apresenta reflexões que revelam as contradições ocultadas por aqueles que defendem esse modelo de educação para a classe trabalhadora.

A militarização das escolas não apresentou melhora no desempenho dos estudantes após a consolidação da gestão compartilhada. Do currículo prescrito ao currículo avaliado há toda uma disputa de interesses, relação de poder e crenças que atuam sobre o professor e sua concepção de educação. Por isso, é imprescindível refletir esse movimento conservador que adentra a escola pública, se materializando e ressignificando o papel do Estado, transferindo para outra esfera a responsabilidade da educação básica. Essa realidade nos alerta para as políticas de reformas cada vez mais reacionárias que vêm transformando a educação em mercadoria e responsabilizando gestores, professores e alunos pelo "fracasso" escolar.

O estudo do currículo nas escolas militarizadas expõe o projeto de sociedade e de indivíduo que é pensado para as classes menos favorecidas. As políticas hegemônicas e mercantilistas que têm adentrado as escolas públicas disfarçadas de estratégias para melhoria da educação, entre elas a militarização das escolas, têm gerado mudanças no currículo, na avaliação, na gestão, na formação de professores, no financiamento da educação, no perfil de aluno que se quer formar.

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