O livro trata de uma pesquisa que buscou saber o modo como tais memórias são passadas aos mais jovens no contexto de uma comunidade que tem sua história marcada pela discriminação e concomitantemente pela afirmação de sua identidade, e como elaboram estratégias de resistência para fazerem frente à luta pela terra, na perspectiva de um discurso de autoafirmação enquanto grupo rural quilombola.

“Isso reforça a importância da pesquisa-ação e do diálogo intercultural na construção de projetos de pesquisa e intervenção que sejam fundamentados em princípios de justiça social e reparação das violências históricas vividas pelos povos negros. (…)

É preciso salientar a relevância que a reminiscência tem ao longo do texto, ao demonstrar como a memória coletiva das comunidades negras no Brasil é fundamental para a construção de uma identidade que resista às opressões às quais são submetidas. A presença dos ancestrais e sua herança cultural e política é um elemento que se destaca e que mostra, de maneira muito clara, a riqueza e a importância das culturas afro-brasileiras.

Outro ponto importante é a relação entre a história das comunidades quilombolas e sua inserção na cultura nacional. As narrativas quilombolas evidenciam que a história oficial pouco representa o que de fato significa a luta dessas comunidades por seus direitos e sua preservação cultural. Essas comunidades têm uma história de resistência que só agora começa a ganhar reconhecimento, e isso deve ser valorizado pela sociedade como um todo. (…)” Tatiane Ludegards dos Santos Magalhães

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