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O livro de Stefany Vaz Despinoy, “Despatriarcalizando a Teoria da Justiça de Ralws: por uma teoria da justiça feminista”, é uma oportunidade preciosa para leitoras brasileiras e leitores brasileiros por muitas boas razões. No tempo presente, na política e na teoria política, especificamente, bem como na sociedade, de modo geral, precisamos de feminismo, de liberalismo, de justiça, de tolerância e de democracia, todos grandes temas de fundo da obra que está diante de nós. Stefany nos brinda com reflexões sobre tudo isso, por meio de dois grandes campos teóricos: a teoria da justiça como equidade de John Rawls e o feminismo liberal de Susan Okin.

John Rawls é um autor fundamental do liberalismo e da teoria da justiça do século XX, tendo feito parte do movimento intelectual que revitalizou o campo da filosofia moral e da filosofia política. Stefany nos presenteia com uma introdução à obra de Rawls, trabalhando sua teoria da justiça como equidade, bem como as críticas feministas ao autor, em especial as de Susan Okin.

Este é um livro que apresenta Okin ao público brasileiro e é de relevância ímpar por razões teóricas – Okin está, sem dúvida, entre os/as teóricos/as políticos/as normativos/as mais importantes do século XX –, mas também por razões políticas: vivemos tempos antiliberais e antifeministas e todo esforço de defesa intelectual e política de igualdade e liberdade para as mulheres de todas as posições e pertencimentos sociais é valioso.

San Romanelli Assumpção (IESP-UERJ)

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