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A ideia central do livro que você tem nas mãos é explorar a possibilidade de pensar o Direito através da "escrevivência", um conceito desenvolvido por Conceição Evaristo que combina os elementos de escrever, ver e viver, especialmente a partir de uma perspectiva étnica e de gênero. A escrevivência desafia o discurso literário tradicional ao colocar em foco o corpo da mulher negra como uma fonte de narrativas e significados que podem desconstruir a visão universal historicamente imposta. A
estratégia da escrevivência proposta por Evaristo visa desconstruir o lugar da mulher negra na literatura, permitindo a emergência de novas histórias e uma ressignificação da história oficial. Nesse cenário, este livro propõe trazer a escrevivência para o campo jurídico, argumentando que ela pode ser vista como um projeto estético-político-jurídico que oferece uma nova maneira de acessar a história dos direitos no Brasil. Enfim, propõe-se a prática de "legências em desconstrução", buscando abrir novos caminhos para a compreensão da história do Direito, especialmente através da produção de um Direito Literário que utiliza a experiência de leitura como operador teórico e busca na Literatura uma fonte de ressignificação e reescritura da História do Direito. Este processo envolve uma constante reinvenção do próprio gesto do Direito e suas fontes.

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