As figuras da mulher solteira, mãe, esposa, amante, prostituta, divorciada, que existem dentro do nosso imaginário, são expressões das formas da sexualidade feminina que foram, e continuam sendo, construídas socialmente e que se estabeleceram com o passar dos tempos, ao longo da construção da história.

Partindo dessa ideia central, é preciso reconhecer que, mesmo que não seja uma ligação de fácil percepção, a maternidade e, por consequência, a monoparentalidade, a perpetuação da vida doméstica, a pobreza, são, provavelmente, revelações de algumas pontas da sexualidade da mulher e que, em algum momento, elas estão encadeadas.

No cerne desta relação, encontra-se a configuração familiar e os papéis femininos a serem desempenhados – com maestria – pelas mulheres. Mesmo com inúmeras transformações, esses fatores ainda pautam a moral e conduzem os costumes patriarcais, onde a culpabilização feminina reina em diversas esferas: individuais, sociais, profissionais e, sobretudo, as sexuais.

Examinar a complexa relação da domesticação com a sexualidade feminina não é fácil. Para tal, foi necessário fazer um resgate dos costumes das sociedades antigas, com o objetivo de desvendar as nuances de comportamentos, que levaram às exigências que foram sendo impostas às mulheres até chegar aos dias atuais.

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