O assunto deste livro toca todos os possíveis leitores deste texto, sejam eles jovens ou idosos, crentes ou ateus, muito cultos ou pouco estudados: o fim de todos é uma certeza; a morte chega para todos. Dessa maneira, se deveria esperar que esse tema imperativo fosse algo frequente e bem discutido entre os que compartilham esse destino; afinal, como dialogar com o fim é o que nos resta.

A história da arte global é repleta de manifestações culturais da morte que demonstram as mudanças que cada sociedade passou com o tema ao longo dos milênios. Analisar e dialogar sobre o morrer em suas intrincadas representações e encarnações na cultura é sentir em seus pés, plantados no presente, a força de ondas culturais que quebram e inundam a morada mental com imagens que fazem ressurgir sintomas ancestrais. O século XXI e seus contemporâneos produzem imagens que regurgitam influências antigas e muitas vezes pouco familiares ou renegadas por eles.

"Em meus pensamentos você está tão longe" traça uma história visual da morte da Idade da Pedra até o presente e constrói uma constelação de obras contemporâneas divididas em quatro grandes domínios de manifestação atuais: as violências do poder; as lembranças do tempo; o apocalipse da natureza e a sobrevivência do espírito. Desta forma, cria-se um grande rizoma de imagens que dialogam entre si através dos tempos sobre as diversas vertentes que a morte deita os olhos.

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