A criminalidade no mundo e no Brasil tem sido investigada demonstrando a associação das suas altas taxas com diversos fatores, dentre os quais o processo de urbanização/configuração de bairros, desigualdades econômicas, impessoalidade das relações, mudanças na estrutura familiar, fácil acesso a armas de fogo, violência policial, estresse social, entre outros. Este livro trata das experiências e percepções dos moradores do bairro de São Lourenço em Teixeira de Freitas, acerca da vivência comunitária e da criminalidade, utilizando-se dos estudos do sociólogo estadunidense Robert Sampson, defensor da teoria da eficácia coletiva. Tal teoria retrata que a alta criminalidade floresce não por causa da alta desordem da vizinhança, mas sim como resultado de um baixo senso de comunidade para o bem público e baixa capacidade de ação coletiva para o bem comum. O autor do livro objetivou apontar os aspectos da convivência que interferem nos comportamentos e atitudes dessas pessoas, em relação à confiança, à coesão e ao controle social, retratados pela teoria referida. Foram visitados mais de 250 domicílios, aleatoriamente, o que permitiu coletar características da identidade social e os níveis das dimensões da eficácia coletiva. Dados valiosos demonstraram que há alta confiança, uma baixa coesão e um controle médio entre os moradores, o que gerou uma eficácia coletiva média entre os setores do bairro estudado e a taxa de criminalidade violenta, afastando os argumentos da teoria analisada.

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