Nos últimos anos, qualquer debate que evidenciasse a misoginia, a homofobia, e tantas outras demais formas de discriminação se tornou subalternizado, desqualificado, colocado no âmbito da “ideologia”, retirado do campo político e das arenas governamentais, silenciado, calado. “Feministas”, “esquerdistas”, “comunistas”, etc. foram expressões que ganharam significados pejorativos para xingar àqueles e àquelas que se opunham à ordem fascista vigente. No lugar do debate aberto e cientificamente analisado sobre os principais operadores das desigualdades sociais, veio o silêncio, a negação, as teorias religiosas fundamentalistas. As consequências de um golpe de Estado vivido em 2016, com a posse de um governo austero em 2019, não estiveram alheias às demandas de uma ideologia patriarcal. Nesse cenário, que é recente, tornou-se urgente retomar as pautas das resistências. Esse é o anseio desse livro: mapear os feminismos como dispositivos centrais de resistências, e por meio de suas diferentes abordagens, compreender a maneira pela qual seus pressupostos nos ajudam a construir diretrizes para uma educação feminista, que reflita na formação de professoras da infância. Considera-se que a relevância deste material sobrepuja aos muros acadêmicos e a ideia de publicizá-la vai ao encontro da compreensão de que os feminismos são para todos, todas e todes.

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