Esta obra versa sobre o estudo voltado a analisar efeitos e alterações engendrados no cotidiano e na paisagem da comunidade de Povoação/Linhares/ES – um dos locais afetados pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração, de Fundão, Mariana/MG, em 2015, sob responsabilidade das empresas Samarco/Vale/BHP. A pesquisa teve um enfoque diferenciado. Partiu da perspectiva das crianças – suas vivências, relações, modos de ser, habitar e brincar –, com vista a entender as implicações da chegada da lama de rejeitos no rio Doce e na comunidade. A abordagem teórica privilegiou contribuições da antropologia da criança, análises sociológicas da infância e das práticas do brincar, além de estudos sobre a paisagem. Em sua realização, adotou recursos metodológicos via os quais crianças e adolescentes – sujeitos sociais, motivadores e protagonistas da pesquisa – expressaram percepções, vivências e pontos de vista. Recorreu à observação participante e a outras ferramentas, como coleta e análise de desenhos infantis, textos verbais escritos, entrevistas, conversas e observação. Inferiu, entre resultados obtidos, as afetações do desastre-crime a partir das crianças, suas vivências, expressões, relações e co-constituições com a paisagem e o cotidiano de Povoação.

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