É possível para um indivíduo estabelecer um lugar enquanto sujeito sem garantir o reconhecimento da incompletude que permite estabelecer uma relação de alteridade? Como se defender psiquicamente de um outro excessivamente intrusivo sem cultivar a renegação da própria existência? Como se caracteriza o manejo feito pelo analista/terapeuta no tratamento desses casos clínicos, com destaque para o aporte proporcionado pela psicanálise? Diversos distúrbios psíquicos frequentes na contemporaneidade, notadamente a neurose obsessiva, a perversão, os distúrbios do pânico e os psicossomáticos, parecem configurar respostas a esta problemática. O percurso aqui apresentado procura descrever e problematizar outra possível organização que emerge como "solução" para um contexto cultural que valoriza a independência total do indivíduo diante do mundo social vivido, e que inclui o próprio fazer psicanalítico como produto e produtor de seu estatuto psicopatológico. Trata-se da normopatia, este bloqueio da capacidade de sonhar, que é aqui focalizada por meio da ideia de paralisia psíquica do indivíduo associada ao mito grego de Janus. No trajeto metodológico aqui definido destacam-se a utilização de fragmentos clínicos, a descrição da alteração nos processos civilizatórios e seu rebatimento nos grupamentos sociofamiliares que dão origem a novas formas de adoecer para estar no mundo.
É possível para um indivíduo estabelecer um lugar enquanto sujeito sem garantir o reconhecimento da incompletude que permite estabelecer uma relação de alteridade? Como se defender psiquicamente de um outro excessivamente intrusivo sem cultivar a renegação da própria existência? Como se caracteriza o manejo feito pelo analista/terapeuta no tratamento desses casos clínicos, com destaque para o aporte proporcionado pela psicanálise? Diversos distúrbios psíquicos frequentes na contemporaneidade, notadamente a neurose obsessiva, a perversão, os distúrbios do pânico e os psicossomáticos, parecem configurar respostas a esta problemática. O percurso aqui apresentado procura descrever e problematizar outra possível organização que emerge como "solução" para um contexto cultural que valoriza a independência total do indivíduo diante do mundo social vivido, e que inclui o próprio fazer psicanalítico como produto e produtor de seu estatuto psicopatológico. Trata-se da normopatia, este bloqueio da capacidade de sonhar, que é aqui focalizada por meio da ideia de paralisia psíquica do indivíduo associada ao mito grego de Janus. No trajeto metodológico aqui definido destacam-se a utilização de fragmentos clínicos, a descrição da alteração nos processos civilizatórios e seu rebatimento nos grupamentos sociofamiliares que dão origem a novas formas de adoecer para estar no mundo.