Descrição
O processo acusatório presente na Roma Antiga, posteriormente desenvolvido na Inglaterra, influenciou ordenamentos jurídicos no Civil Law e no Common Law. Institutos importados desta estrutura sofreram sensíveis modificações durante sua incorporação na Itália e no Brasil, descaracterizando seus fundamentos e finalidades. Este livro identifica, originariamente, elementos comuns do modelo acusatório a partir de aspectos doutrinários, normativos e jurisprudenciais, sem descuidar da necessária proteção dos Direitos Humanos. Para tanto, utiliza, em linguagem simples, uma abordagem atual da teoria do modelo acusatório. Diante da importância do tema e da recente adoção formal, pelo Código de Processo Penal brasileiro, da estrutura acusatória e, considerando-se a exigência constitucional de a referida estrutura orientar todo o Direito Processual Penal Brasileiro, este livro destina-se a estudantes de graduação e de concursos públicos, a professores universitários, pesquisadores, além de juízes, advogados, membros do ministério público e demais profissionais do Direito.
SOBRE O AUTOR
Procurador da República - Ministério Público Federal. Visiting Scholar na University of Cambridge/UK. Visiting Researcher no King’s College London/ UK. Mestre, com distinção acadêmica (Cum Laude), em Direito Romano e Sistemas Jurídicos Contemporâneos pela Università degli Studi di Roma Tor Vergata/IT. Mestrando em Direito Constitucional pela Universidad de Sevilla/ES. Ex-procurador do estado. Ex-professor universitário.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
I.1. Apresentação
I.2. Terminologia jurídica: sistema, modelo, circulação,
hibridação e etc.
CAPÍTULO II - ROMA ANTIGA: ASCENSÃO E DECADÊNCIA
DO MODELO ACUSATÓRIO
II.1. Premissas
II.1.A. Modelo Acusatório: Direito Romano e Common Law
II.1.B. Magistratura: origens e diferenciações conceituais
II.1.C. Jurisdição: origens e diferenciações conceituais
II.1.D. O Direito Romano e o seu enfoque crítico:
breves apontamentos
II.2. Roma dos Reis (Monarquia Latina e Etrusca):
desenvolvimento do aspecto público
II.3. República Romana: ascensão popular, divisão de
funções e limitação do poder
II.3.A. Breve contextualização
II.3.A.a. Magistratura Romana
II.3.A.b. Tribuno do povo: o magistrado revolucionário
II.3.B. Processo e julgamento popular: iudicia populi
II.3.C. Ascensão e paradigma do modelo acusatório:
quaestiones perpetuae
II.4. Império Romano: Cognitio extra ordinem e
modelo inquisitório
CAPÍTULO III - MODELO INQUISITÓRIO:
UMA VOLTA PELO MUNDO
III.1. Considerações sobre o modelo inquisitório:
Império Romano e Medievo
III.2. Inquisição medieval e Santo Ofício
III.2.A. Contextualização
III.2.B. Estruturação do Santo Ofício
III.2.B.a Rito procedimental
III.2.B.b. Produção Probatória
III.3. Estrutura inquisitória na Idade Moderna e
no Absolutismo: breves apontamentos
III.4. A elaboração do modelo misto ou continental:
França e Inglaterra
III.5 A circulação do modelo continental: Itália e Brasil
III.5.A. O Código de Processo Penal de 1930: Rocco e Manzini
III.5.A.a. O processo penal e o período fascista:
controle da magistratura e da ação penal
III.5.B. O Código de 1930 italiano e o Código de
1941 brasileiro
CAPÍTULO IV - INGLATERRA: O MODELO ACUSATÓRIO
NO COMMON LAW
IV.1. Contextualização da ruptura: Magna Charta
e o retorno à Roma Antiga
IV.2. Evolução do modelo acusatório na Inglaterra
IV.3. Investigação e Acusação na Inglaterra e
no País de Gales
IV.3.A. Investigação, Autonomia e Poderes da Polícia
IV.3.B. Configuração das forças policiais e do CPS:
transferência da função de acusar
IV.4. Processo Criminal na Inglaterra e no País de Gales
IV.4.A. Autor privado (popular), vítima, defesa e
assistência jurídica
IV.4.B. Diversidade de procedimentos e métodos
IV.4.B.a. Trial on indictment: Crown Court, guilty plea,
júri e juiz
IV.4.B.b. Summary trials: Magistrates’ Court e os
magistrados ingleses
IV.4.C. Celeridade e economia de recursos públicos no
processo penal inglês
IV.5. Existe diferença entre “modelo adversarial” e
“modelo acusatório”?
CAPÍTULO V - ITÁLIA: DESENVOLVIMENTO DO
PROCESSO ACUSATÓRIO
V.1. Breve contextualização
V.2. Características acusatórias do Código Vassalli
V.3. Sujeitos na persecução penal italiana
V.3.A. Magistratura italiana: juiz e ministério público
V.3.A.a. Carreira única da magistratura e
direitos humanos
V.3.B. Polícia Judiciária Italiana: posição institucional
e atribuições
V.3.C. Réu, defesa e investigação defensiva
V.4. Aspectos procedimentais e processuais
V.4.A. Investigação
V.4.B. Encerramento da Investigação e Discovery
V.4.C. Obrigatoriedade da ação penal e controle judicial
da investigação
V.4.D. Audiência preliminar e rito ordinário
V.4.E. Diversidade de procedimentos e limitação
de recursos
V.4.F. Fair trial e giusto processo. Contraditório
e Celeridade
V.4.G. Juiz natural ou profissional e modelo acusatório.
Reflexos no processo italiano
CAPÍTULO VI -BRASIL: ESTRUTURA ACUSATÓRIA
OU GARANTISMO INQUISITÓRIO?
VI.1. Considerações preliminares
VI.2.A. Constituição de 1988: modelo acusatório?
VI.2.A.a. O Ministério Público brasileiro e a titularidade
da ação penal
VI.2.A.b.Demais disposições que evidenciam a
opção constitucional
VI.3. O cenário atual brasileiro: legislação
infraconstitucional e a praxe forense
VI.4. Investigação Policial: Desvinculação do Poder Judiciário
VI.5. Estrutura Acusatória e Juiz das
Garantias: Compatibilidade?
VI.6. Acusação, Poder Judiciário e medidas cautelares:
princípio da complementaridade
VI.7. Juiz-Acusador, Juiz-Defensor e
Promotor-Defensor: Patologias
VI.8. Ministério Público e o assento à direita do Juiz
VI.9. Repercussões da titularidade da Ação Penal no
Modelo Acusatório
VI.9.A. Arquivamento da investigação:
Prosecutorial Discretion?
VI.10. Garantismo Inquisitório
CAPÍTULO VII -MODELO ACUSATÓRIO
FUNDAMENTOS INTERNACIONAIS E CLÁSSICOS
VII.1. O Direito Comparado e o Direito Internacional
dos Direitos Humanos
VII.1.A. O Direito Processual Penal e o Conselho da Europa
VII.1.B. A Recomendação (2000)19 do Conselho da Europa
no Processo Penal
VII.2. Estrutura Acusatória: Condicionamento pelo poder
negativo da acusação
VII.2.A. Jurisdição Penal e Jurisdição Civil
VII.2.B. Princípio Dispositivo Vs. Princípio Inquisitivo
VII.2.C. Relação tripartite e inércia jurisdicional
VII.2.D. A separação material de funções:
princípio acusatório
VII.2.E. Poder negativo da acusação: resgate da cultura
romana e da estrutura acusatória
VII.2.F. Considerações finais
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Características
- Ano: 2022
- Autor: Túlio Fávaro Beggiato
- Selo: Dialética
- ISBN: 9786525236476
- Páginas: 420
- Capa: Flexível