O livro analisa a obra Profugus, de Miguel Jorge, explorando a relação entre o Homem e a Terra, articulada através da linguagem poética e imagética. A pesquisa investiga como a lírica de Jorge cria um movimento sígnico itinerante, abordando temas como posse, identidade e sofrimento humano. A Terra surge como espaço simbólico de luta e formação do ser, enquanto o Homem, feito do barro e exilado, é retratado como nômade, eternamente ligado a esse espaço. A dissertação percorre a dinâmica espaço-tempo, essencial ao pensamento humano, revelando a Terra como arma social e cenário de desigualdades. O poema "Gravata" intensifica essa reflexão ao representar a opressão social por meio do adereço que sufoca e molda o Homem. O estudo conclui que Profugus é uma obra fugidia, marcada por tensões e polifonia, na qual o Homem e a linguagem se tornam signos de um movimento contínuo, impossível de apreender em sua totalidade, mas descrito pela arte de Jorge, que desafia o leitor a refletir sobre a condição humana.

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