“Nos dois lados da fronteira” é uma obra que vem tratar de maneira peculiar da temática da mobilidade em zona de fronteira, particularmente a que o Povo Indígena Palikur empreende no local onde se erigiu a fronteira Brasil (Amapá) França (Guiana Francesa).

A dinâmica territorial que ali se instalou, além de ter representado alterações na formacomo as relações territoriais se desencadeiam na fronteira, é dado que também afeta a mobilidade indígena.

Fruto de uma pesquisa do tipo exploratória de caráter qualitativo e produto de revisões de diferentes literaturas e de um minucioso trabalho de campo, esta obra evidencia que a mobilidade Palikur é resultante de uma rede de movimentação contínua, sazonal, interna ou externa e que se realiza através de conexões de curtas ou de longas distâncias, decorrentes da inserção indígena em um contexto internacional, econômica e socialmente atrativo.

Assim, o primeiro capítulo vem apresentar os conceitos e/ou teorias centrais à discussão da mobilidade, como os que tratam do território, da mobilidade, além dos que levam a pensar a fronteira e as redes.

O segundo capítulo examina a presença e mobilidade indígena pelos países limítrofes na Região das Guianas e a terceira e última parte aborda os meandros da mobilidade e a construção de redes pelos Palikur, como parte de um ambiente inter-relacional que enquadra sua população nos dois lados da supracitada fronteira, sem, no entanto, os converter a uma pátria ou a outra.

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