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A necessidade de ruptura com a representação política é um marcador das lutas democrático-radicais que ganharam vida ao longo dos séculos. Esses acontecimentos insurrecionais carregam conexões e identificações entre si, perfazendo uma trilha subterrânea de potências coletivas ? ainda que brevemente vividas, mas que iluminam o caminho para outras realidades possíveis. Não se limitando a identificar a permanente crise dos sistemas políticos atuais, o livro se propõe a pensar em práticas que permitam a emergência de novas formas-de-vida no presente, identificando linhas de fuga para os dispositivos hierárquicos do poder político institucional. O trabalho se inicia com uma crítica radical à chamada democracia representativa, forma política que se consagrou como modelo para os países centrais do capitalismo, em especial nos Estados Unidos da América e na Europa ocidental, buscando desvelar os fundamentos antidemocráticos da representação política. A seguir, passa-se para o estudo de um mosaico de lutas do passado e do presente, com o objetivo de apontar direções, precárias e cambiantes, para a subversão do mundo atual. Por fim, aposta-se na comuna como um nome possível para as insurreições do cotidiano, com eventos de vivência em comum que colocam em ação um jogo livre e potente entre as singularidades e seu entorno, escapando das determinações da institucionalidade hierarquicamente ordenada e abrindo, à força, portas para outros mundos.

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