Trazer à reflexão nossa constituição enquanto sociedade, através de uma homeopática leitura da evolução do homem e de sua relação com a natureza, pode nos revelar as razões de algumas de nossas relações, práticas, e também, o porquê de nossas inações. Talvez por isso desenvolvemos esta pesquisa, ou seja, por perceber a necessidade de compreender melhor as contradições da realidade. A principal praia considerada para o estudo, a praia do Paiva, em Pernambuco, é mais um dentre tantos territórios que integram uma teia de ambientes que têm "des-envolvido" as pessoas. Contraditoriamente tecido sob o amparo de uma retórica de desenvolvimento, de geração de emprego e renda, ambientalmente sustentável, com o respaldo da legalidade. No entanto, a pesquisa identifica que temos tecido ambientes fragmentados, excludentes e que têm comprometido a qualidade ambiental, reforçando uma lógica consumista alienante e aprisionadora, quando tudo tem se tornado mercadoria. Entretanto, situamo-nos num momento que julgamos emergir grandes possibilidades de uma paulatina mudança de atitudes considerando a racionalidade ambiental, diante do fato da atenção da sociedade ter se voltado, com maior preocupação diante das evidentes mudanças do clima, para o meio natural do qual somos parte integrante. Portanto, identificar as fragilidades de nossas práticas e juntar-se à denúncia dos insidiosos discursos hodiernos se faz imperativo. Aqui, tentamos oferecer nossa contribuição.

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