Este livro apresenta uma leitura crítica do romance Passageiro do fim do dia, de Rubens Figueiredo (2010), a partir da hipótese central de que Pedro, o protagonista do romance, se configura esteticamente como um flâneur enjaulado. Pedro lança seu olhar para a metrópole; porém, mediado pela condição particular do chão histórico brasileiro na sociedade contemporânea, esse olhar não goza da liberdade típica daquele que flana livremente pelas ruas, mas, pelo contrário, é enclausurado ? fisicamente, pela jaula de aço do ônibus em que se encontra; socialmente, pela posição de classe contraditória que ocupa. Do movimento entre visão e cegueira, entre olhar e ser olhado, emerge a ótica do romance, que lança para o leitor a missão de completar o percurso de compreensão da experiência que Pedro não é capaz de atingir.
Este livro apresenta uma leitura crítica do romance Passageiro do fim do dia, de Rubens Figueiredo (2010), a partir da hipótese central de que Pedro, o protagonista do romance, se configura esteticamente como um flâneur enjaulado. Pedro lança seu olhar para a metrópole; porém, mediado pela condição particular do chão histórico brasileiro na sociedade contemporânea, esse olhar não goza da liberdade típica daquele que flana livremente pelas ruas, mas, pelo contrário, é enclausurado ? fisicamente, pela jaula de aço do ônibus em que se encontra; socialmente, pela posição de classe contraditória que ocupa. Do movimento entre visão e cegueira, entre olhar e ser olhado, emerge a ótica do romance, que lança para o leitor a missão de completar o percurso de compreensão da experiência que Pedro não é capaz de atingir.