Uma fábrica de loucos: Psiquiatria X Espiritismo no Brasil (1900-1950)

Uma fábrica de loucos: Psiquiatria X Espiritismo no Brasil (1900-1950)

Autor: Marca: Dialética Referência: 9786525202426

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Descrição

As histórias do Espiritismo e da Psiquiatria apresentam vários pontos de contato, mas este tem sido um tema pouco explorado pelos historiadores. No Brasil, particularmente, houve um acirrado, mas pouco investigado, confronto entre psiquiatras e espíritas na primeira metade do século XX em torno da "loucura espírita".

O objetivo deste estudo foi investigar o processo de construção da representação da mediunidade enquanto loucura, aqui definida como "loucura espírita", ou seja, como as experiências mediúnicas espíritas passaram a ser interpretadas pelos psiquiatras como causa e/ou manifestação de doenças mentais. Este estudo se concentrou no local e período onde este conflito foi mais intenso, ou seja, no sudeste brasileiro, entre 1900 e 1950. No Brasil da primeira metade do século XX, tanto a Psiquiatria como o Espiritismo estavam em busca de legitimação, de seu espaço cultural, científico e institucional dentro da sociedade brasileira. Estes dois atores sociais estavam ligados às classes urbanas intelectualizadas e defendiam diferentes visões e abordagens terapêuticas relacionadas à questão da mente e da loucura. Ambos disputavam um mesmo espaço no campo científico, cultural, social e institucional, buscando a afirmação da própria legitimidade. Este conflito se manifestou através de constantes embates entre psiquiatras e espíritas. Além da publicação de livros, artigos científicos, este embate atingiu também a imprensa leiga, gerando um grande número de matérias sobre o tema em jornais de ampla circulação.

A resolução deste conflito se relaciona com o alcance de inserção e de legitimação social pelos dois grupos, mas em campos diferentes. A Psiquiatria conquistou o seu espaço majoritariamente no meio médico-acadêmico, enquanto o Espiritismo se legitimou, basicamente, dentro do campo religioso. Esta disputa simbólica entre representações sobre a mente, a loucura e a mediunidade colaborou na constituição da Psiquiatria e do Espiritismo como os entendemos hoje no Brasil.



Características

  • Ano: 2021
  • Autor: Angélica A. Silva de Almeida
  • Selo: Dialética
  • ISBN: 9786525202426
  • Nº de Páginas: 212
  • Capa: Flexível


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As histórias do Espiritismo e da Psiquiatria apresentam vários pontos de contato, mas este tem sido um tema pouco explorado pelos historiadores. No Brasil, particularmente, houve um acirrado, mas pouco investigado, confronto entre psiquiatras e espíritas na primeira metade do século XX em torno da "loucura espírita".

O objetivo deste estudo foi investigar o processo de construção da representação da mediunidade enquanto loucura, aqui definida como "loucura espírita", ou seja, como as experiências mediúnicas espíritas passaram a ser interpretadas pelos psiquiatras como causa e/ou manifestação de doenças mentais. Este estudo se concentrou no local e período onde este conflito foi mais intenso, ou seja, no sudeste brasileiro, entre 1900 e 1950. No Brasil da primeira metade do século XX, tanto a Psiquiatria como o Espiritismo estavam em busca de legitimação, de seu espaço cultural, científico e institucional dentro da sociedade brasileira. Estes dois atores sociais estavam ligados às classes urbanas intelectualizadas e defendiam diferentes visões e abordagens terapêuticas relacionadas à questão da mente e da loucura. Ambos disputavam um mesmo espaço no campo científico, cultural, social e institucional, buscando a afirmação da própria legitimidade. Este conflito se manifestou através de constantes embates entre psiquiatras e espíritas. Além da publicação de livros, artigos científicos, este embate atingiu também a imprensa leiga, gerando um grande número de matérias sobre o tema em jornais de ampla circulação.

A resolução deste conflito se relaciona com o alcance de inserção e de legitimação social pelos dois grupos, mas em campos diferentes. A Psiquiatria conquistou o seu espaço majoritariamente no meio médico-acadêmico, enquanto o Espiritismo se legitimou, basicamente, dentro do campo religioso. Esta disputa simbólica entre representações sobre a mente, a loucura e a mediunidade colaborou na constituição da Psiquiatria e do Espiritismo como os entendemos hoje no Brasil.

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  • Ano: 2021
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  • Nº de Páginas: 212
  • Capa: Flexível


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