A sociedade atual vive em um momento em que, diariamente, aparecem novas doenças e problemas de saúde. E a medicação se configura como a solução que vem sendo encontrada para esses casos. Isso leva ao fenômeno chamado medicalização da sociedade, que consiste em considerar problemas não-médicos como processos patológicos, interferindo, dessa forma, no cotidiano dos indivíduos. No entanto, isso se constitui como uma crença que foi criada na sociedade desde o surgimento da humanidade, uma vez que a origem dos remédios se confunde com o aparecimento da humanidade. A partir desse problema, visando o aprimoramento do cuidado, tomando por base a compreensão da crença que os medicamentos têm na minha vida, através da busca pelo autoconhecimento, conquistado a partir da narrativa autobiográfica frente à disseminação do fenômeno da medicalização da sociedade. Esta narrativa percorreu a minha vida, dividida em fases, levando em conta a minha relação com os medicamentos. Os medicamentos estão presentes na minha vida antes mesmo do nascimento. No entanto, eles não devem ser o único artificio a ser utilizado na terapêutica dos problemas de saúde. As dores e outros desconfortos não necessariamente podem ser tratados por outros mecanismos. Há cerca de 15 anos, sou enfermeira e presencio, não somente como profissional, mas também como paciente, que o cuidado vai além da administração de medicamentos. Às vezes, pacientes precisam apenas de atenção, compreensão ou carinho.

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