Ana Francisca, a filha do Barão de Capão Alto, é uma jovem sonhadora e ao mesmo tempo decidida que se apaixona por um escravo. Na noite de Natal, a sinhazinha é surpreendida pelo pai, que anuncia publicamente que sua filha ficaria noiva do Comendador Armando. Ana Francisca se desespera. Ana Francisca sonha com Oxum, orixá dos rios e das cachoeiras, e no dia seguinte vai procurar "Nha Zefa", uma ialorixá escravizada que joga os búzios para Ana Francisca, nos quais Exú alerta à jovem que três homens disputariam seu coração. Em uma tarde de amor com o escravo Antonio, engravida. Quando o Barão descobre a gravidez, envia a filha para um convento em Salvador. Ao descobrir que o pai da criança era um escravo, ameaça matá-lo, no entanto uma revelação feita por "Nha Zefa" faz com que o Barão tome outra atitude. Utilizando-se de recursos compatíveis com a estética romântica, predominante naqueles anos do século XIX, em que a ação se passa, o autor não fala apenas de escravidão e abolicionismo; nos passos idealistas da jovem Ana Francisca, a "filha do Barão", vislumbramos diversos assuntos extremamente atuais, como racismo, feminismo, valorização do trabalho e busca de liberdade, inclusive filosófica e religiosa. Nesse aspecto, não seria exagero dizer que não se trata apenas de um romance histórico, mas, além disso, de um romance de tese; porém sem perder o tom de uma boa e apaixonante história de amor, com suas alegrias e tristezas, traições, mal-entendidos, no ritmo da vida.

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