O ensaio, assim como a crônica, já foi um gênero literário muito popular no Brasil. Na filosofia, o ensaio já foi mais utilizado como uma ponte entre a escrita acadêmica e o texto de divulgação de ideias. Este livro é uma forma de aproximar a discussão filosófica acadêmica de um público mais amplo, mas não menos culto ou informado. A filosofia perde muito do seu vigor e inteligência quando se enclausura na universidade. Nada mais importante para a oxigenação filosófica do que a circulação das ideias em sociedade. Os ensaios aqui publicados não têm um eixo temático, pois abordam uma série de questões que circulam nos meios universitários, mas não são muto comuns no espaço público mais aberto. São ensaios não apenas descritivos e informativos sobre as questões sobre as quais discorrem, mas também trazem a opinião pessoal do autor. De uma forma ou outra, essas questões estão presentes em nossas vidas cotidianas ou refletem os problemas políticos presentes. São o que poderíamos chamar de ensaios de ideias, desde a discussão sobre o caráter do autoritarismo brasileiro, até as semelhanças entre o radicalismo russo do tempo de Turguêniev com o extremismo político de nossos dias. Das relações entre ciência e imaginação às relações entre mercado e política. É uma nau sem rumo à busca do leitor que me jogue a boia.

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