Alfabetizar – e alfabetizar-se – implicam o processo cultural de apresentar o mundo da escrita e começar-se no mundo das palavras, da escrita, da produção e da leitura de textos. Um processo transformativo de ambas as partes, pois diz respeito à linguagem, à língua, à leitura de mundo. As interações no mundo, do qual a escola faz parte, supõem sempre a ação de recomeçar, que nada mais é que mudança na permanência: nossa metamorfose. Cada encontro educativo na escola exige a sensibilidade docente de acolher e entender que as diferenças se farão sempre presentes e marcadas pelo local, momento histórico, pela singularidade de cada criança e adulto na convivência coletiva.

Abordar a experiência educativa dos Centros de Alfabetização no Município de Codó-MA é partilhar tanto os desafios da alfabetização em nosso país quanto o encantamento pela linguagem escrita de uma professora alfabetizadora. Uma pesquisadora que aposta no verbo esperançar, que almeja, sonha e realiza ações de qualidade utópica como resistência à mera espera passiva de que algo possa mudar. Educar implica sensibilidade e atenção às interações, encontros e desencontros, diálogos, compreensões e leitura de mundo entre crianças e adultos, crianças e crianças, adultos e adultos. É o que, em outras palavras, a autora afirma ao destacar que “as crianças não aprendem coisas, as crianças se transformam na convivência com o professor ou a professora”. Por isso é tão desafiador. Por isso é tão fascinante.

Sandra Richter

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